Para lá do Inverno

E no meio do inverno finalmente
descobri dentro de mim
um verão invencível
Albert Camus

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Os dias são longos, mas os meses (e os anos) são curtos, e a verdade é que quase sem dar por isso, a Primavera (finalmente) chegou. Chegou ao calendário e começou a chegar à minha vida. Devagar, sem pressas, mas cheia de força. Os ciclos que vemos acontecer na Natureza acabam sempre por se reproduzir na nossa vida. Basta saber esperar.


Para trás ficou o Inverno mais frio de sempre na minha história pessoal. Mas foi também neste Inverno que aprendi coisas essenciais que sei que me irão acompanhar para o resto da vida, nomeadamente: a agasalhar-me bem (metaforicamente falando), a cuidar melhor de mim, e a encontrar cá dentro um conforto e uma alegria que nada nem ninguém me pode dar, excepto eu.

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E sem querer (e contra todas as minhas expectativas) foi justamente neste Inverno que mais cresci e que acabei por descobrir (como diz Albert Camus) um Verão invencível dentro de mim.

E quando olho para trás e para os últimos 7/8 meses da minha vida não deixo de me sentir ligeiramente orgulhosa da capacidade que tive de me adaptar a uma mudança drástica, de superar uma perda que na altura me parecia insuperável, e de regressar à vida com uma energia renovada.

E vem-me à cabeça a conhecida frase de Darwin:

Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor tem a capacidade de se adaptar à mudança.

(o que se aplica à evolução das espécies, aplica-se também à evolução da vida)

Acabei por descobrir que gostava suficientemente de mim própria para ter a capacidade de não fixar âncoras a lugares, pessoas e coisas que não me pertenciam e não eram para mim.  "Que estava no caminho errado, a travar as batalhas erradas, e a querer as coisas (e pessoas) erradas.", como diz a Sofia Fernandes. Por isso, tenho aprendido a deixar ir.  Para que novas coisas possam vir.


Deixa chegar, deixa partir, deixa voltar,
deixa fluir.

- A R L Y   C R A V O


Descobri também que a escrita e este blog se tornaram tão vitais para a minha felicidade como comer, respirar, ou estar com amigos. Porque aqui encontrei um espaço onde posso expressar quem verdadeiramente sou, e isso é a melhor experiência de sempre. E é a experiência que recomendo a todos, porque o sentimento de felicidade e realização interior que isso traz é inigualável.

(Porque paradoxalmente só há pouco tempo me apercebi não há nada mais difícil e desafiante do que sermos nós próprios).

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Foi também neste Inverno que a vida (generosamente) me ofereceu aquilo que considero serem ensinamentos preciosos e que por isso gostava muito de os partilhar convosco:

  • Que o Universo não se engana e que é sempre pontual naquilo que nos propõe e nos apresenta

  • Que são os nossos atos (e não as nossas palavras) que verdadeiramente nos definem e e nos revelam

  • Que a vida é levada por dois carros, e um deles não o conduzimos nós

  • Que o que é para nós fica (ou vem ter connosco) e o que não é vai-se embora e desprende-se (há-que ter força interior suficiente para deixar ir)

  • Que a nossa melhor bússola é sempre aquilo que sentimos.

  • Que a felicidade entra às polegadas mas, quando abala, sai às golfadas. A infelicidade, por sua vez, faz o caminho inverso (como diz a Lígia Jorge)


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Boa semana a todos.  Encontramo-nos por aqui, em breve.

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