Adoro andar de comboio (sempre gostei) e nesse fim de semana acabei por fazer várias viagens. Fiquei em casa de uns amigos na Granja, pelo que uma delas foi daí até ao Porto. A viagem faz-se lindamente e demora apenas alguns minutos. No entanto, a falta de verificação do horários dos comboios ao fim de semana (para a próxima não me irei certamente esquecer!) obrigou-me (numa das vezes) a uma espera de quase cinquenta minutos, em vez dos desejados dez ou quinze.
Aproveitei então para tirar algumas fotografias, pensar um pouco, começar a escrever este post e sentir um pouco aquele lugar. Geralmente estes locais de passagem (estações de comboio, terminais de aeroporto, hoteís, estações de serviço) nunca são por nós devidamente apreciados, sentidos ou vividos.
Imagem Homes in Colour
Passamos por eles de raspão, sempre com pressa e ânsia que nos levem a um outro lugar. Acabamos por nunca lhes descobrir qualquer tipo de encanto ou beleza. No entanto, quantas pessoas passam por eles!...
Enquanto espero lembro-me de um capítulo do livro "A Arte de Viajar", de Alain de Botton, chamado justamente "Lugares de Passagem". Como ele diz:
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"De todos os meios de transporte, talvez seja o comboio o que melhor e mais auxilia o pensamento:
a vista que se nos oferece é isenta dessa monotonia potencial que caracteriza as viagens
de barco ou de avião; move-se com rapidez suficiente para a impedir de se tornar exasperaste,
mas também com lentidão suficiente para nos permitir que reconheçamos os seus objetos. Proporciona-nos breves fragmentos de existência íntima que nos inspiram (..)"
Talvez seja por isso que sempre gostei tanto deste meio de transporte, porque me proporciona, ao longo de uma paisagem sempre diferente e à qual nem sempre tenho acesso, momentos de reflexão únicos. Andar de comboio dá-me tempo para pensar e sentir. Duas das coisas bastante importantes para mim.
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