Inspiração tem sido a palavra de ordem aqui pelo blog (e efetivamente sei que tenho que começar a pensar em títulos de posts um pouco mais originais) mas a verdade é que ultimamente me tenho cruzado com tantas coisas inspiradoras, que este post vai seguir um pouco a linha do anterior.
Mas antes de passar ao post propriamente dito, não queria deixar de partilhar esta frase que descobri por acaso há uns dias, e que face à situação que temos vivido, me fez soltar uma gargalhada genuína. Proferida pela personagem Betty Draper da série Mad Men, identifiquei-me com ela, fez-me rir e achei interessante partilhar.
E a verdade, é que apesar de tudo e das circunstância serem efetivamente difíceis (e certamente o serão mais para uns que para outros) não deixo de me sentir ligeiramente privilegiada pelo facto de viver nesta época digital, que me permite (mesmo confinada) estar ligada às coisas mais interessantes, educativas e inspiradoras que existem por esse mundo fora. E por isso, para mim (neste segundo confinamento), têm sido mais as vezes em que me sinto avassalada pelo excesso de informação interessante, do que propriamente tomada pelo aborrecimento.
Mas, divagações à parte, vamos passar para o post de hoje, que espero que gostem e vos seja de alguma forma útil ou enriquecedor.
Por isso, aqui partilho quatro coisas que me fizeram começar este novo mês um pouco mais inspirada.
O site da Entrance continua a ser um dos meus preferidos para ver casas bonitas, que me fazem sempre sonhar a aspirar a um estilo de vida mais tranquilo, belo e positivo. Não sei bem explicar porquê, mas a verdade é que ver estas casas incríveis inundadas por tanta luz natural, tem sempre um efeito apaziguador e tranquilizante sobre mim (principalmente nestas últimas semanas em que o excesso de trabalho e stress no atelier tem complicado os meus dias).
E por isso, sou capaz de ficar horas a admirá-las com toda a atenção, e a saborear cada detalhe ao pormenor. Para além de serem uma ótima fonte de inspiração não só para a minha própria casa, como para o meu trabalho.
Porque como certamente já repararam, as minhas peças têm muito esta estética nórdica, porque é justamente aqui que venho buscar inspiração e refletir sobre o meu trabalho. E é este design simples, claro, minimalista mas elegante que procuro sempre transportar para aquilo que crio.
E a propósito, no outro dia enviei pela primeira vez um conjunto de peças para a Finlândia e fiquei mesmo feliz! Foi a primeira vez que fiz uma venda para um país nórdico, e na minha cabeça fiquei logo a imaginar o seu futuro numa casinha destas (silly me!)
Este livro tem sido (dentro desta temática) dos mais interessantes e enriquecedores que li nos últimos tempos e foi sem dúvida, a melhor forma de começar este mês. Bastante útil e revelador, este livro tem-me inspirado, e acima de tudo ajudado a compreender e encontrar respostas para as dificuldades e desafios que frequentemente sinto enquanto artista e criadora.
Porque fazer arte (no sentido lato do termo) tem sido das coisas mais difíceis e desafiantes da minha vida.
E se hoje a atividade artística é uma prática comum feita por pessoas comuns, a mesma encontra-se repleta de perigos, desafios e dificuldades. E com este livro tenho conseguido perceber que aqueles que sinto não são antigos nem heróicos, mas universais e familiares (e provavelmente muito semelhantes aos de todos vocês que desse lado também são criativos).
Deixamos desenhos inacabados, histórias por escrever, peças por terminar. Repetimo-nos a nós próprios. Desistimos antes de dominar as técnicas e os materiais. E na maior parte das vezes, as peças que criamos na nossa cabeça são muito melhores e mais interessantes que aquelas que conseguimos materializar no mundo real.
Fazer arte (seja escrever um livro, desenhar roupa, começar um blog, fazer teatro, compôr uma música, etc..) significa todos os dias lidar de frente com o medo e a incerteza. Significa viver permanentemente cheia de dúvidas e contradições. Significa fazer algo que a maior parte das pessoas não se importa muito e que não precisa. E para o qual pode não haver público nem recompensas.
E por isso, esta frase do Stephen De Staebler é tão genial:
Fazer arte pode ser das coisas mais difíceis, dolorosas e perigosas de uma vida.
Mas não o fazer pode ser ainda mais.
Um livro que recomendo vivamente a todos os artistas por esse mundo fora (e ao qual hei-de regressar brevemente aqui no blog).
Também este mês descobri o trabalho desta artista dinamarquesa que, inspirada pela natureza a infinita variedade do mundo botânico, cria estes art prints e decorações para a parede que acho verdadeiramente bonitos. E que na verdade até me fazem lembrar vagamente umas experiências que fiz para a cadeira de desenho durante os meus tempos de estudante na Faculdade de Belas Artes. Eram uma espécie de herbários visuais feitos a tinta-da-china com pequenos apontamentos de folha de ouro (já na altura gostava deste tipo de material) e que hoje , infelizmente, não faço ideia por onde andam...
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